Velocidade de contágio na região de Rio Preto bate recorde e é a maior de SP

Saúde | 26/01/2022 | Por Redação

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A taxa de transmissão do coronavírus na região de Rio Preto está em 1,88, segundo levantamento da plataforma SP Covid-19 Info Tracker, da USP e da Unesp. O índice é o maior do Estado atualmente e o maior da região desde o início da pandemia. Significa que cada cem pessoas contaminadas pela doença transmitem o vírus para outras 188 pessoas, elevando em grande velocidade o número de contaminados. A Secretaria Municipal de Saúde e especialistas em virologia apontam que a previsão é de queda dos casos daqui a duas semanas.

Ulysses Strogoff de Matos, médico infectologista da Unidade Especial de Doenças Infecciosas do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, diz que a alta transmissão da variante Ômicron já era alertada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

“O Brasil não levou a sério o alerta. Desdenhou dos vírus e até colaborou para sua expansão. O presidente da república chegou a dizer que a Ômicron era bem-vinda e a vacinação das crianças foi atrasada. Não foi feito o alerta e o resultado não é surpresa para quem pesquisa”, diz o infectologista.

Ulysses disse que outro fator que contribuiu para a alta taxa de transmissão foi a postura de colocar em dúvida a eficácia das vacinas, o que pode ter influenciado na adesão ao processo de imunização.

O pesquisador e diretor adjunto de pós-graduação da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), Mauricio Lacerda Nogueira, acredita na queda na quantidade de casos positivos nas próximas semanas. “Acho que estamos próximos do pico. Deve começar a cair em uma ou duas semanas. As internações devem começar a cair em três ou quatro semanas”, calcula o pesquisador.

Segundo especialistas, a história das epidemias demonstra que, toda doença que tem um aumento exponencial de casos de forma rápida, a queda acontece também de forma rápida, como foi registrado em outros países com relação à onda provocada pela Ômicron.

Mesmo com a provável queda de casos a partir do segunda quinzena de fevereiro, o infectologista Matos afirma que o incentivo do uso de máscaras mais potentes e a vacinação são as formas mais seguras de conter mais rápido a expansão da doença.

 

Índice do Brasil é alto

A taxa de transmissão do coronavírus no Brasil está em 1,78, segundo o Imperial College de Londres. É a mais alto do país desde julho de 2020. Na última semana, o índice havia ficado em 1,35.

Simbolizado por Rt, o “ritmo de contágio” é um número que traduz o potencial de propagação de uma doença: quando ele é superior a 1, cada infectado transmite a doença para mais de uma pessoa e a doença avança. Quando é menor, ela recua.

 

Fonte: Diário da Região

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